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diários visuais da quarentena, #5 – um experimento

um processo
dentro de um processo
e eu
ainda não acabei
os algortimos parecem antecipar
meus movimentos
na verdade, os algoritmos
não entendem nada
as casas dos algoritmos
são inabitáveis
alguém deveria acionar
a vigilância sanitária
os algoritmos acumulam lembranças
causam incêndios
atraem peçonhas
agouram desastres
eu gosto das canções
que os algoritmos sugerem
mas, não, eles não entendem
as canções das galáxias
presumem que não as ouço
porque não posso vê-las
só posso adivinhá-las
esperar por elas
como se espera o fim
de uma quarentena
ora, direis,
ouvir algoritmos!
(isso não é um poema).
diários visuais da quarantena, #3



o olhar despedaçado, segundo dia
hoje eu desejei deitar no chão, junto à poeira dos dias, parar de comer e beber até que a vida desistisse do meu corpo. a cidade teimava em fugir debaixo dos meus olhos. o café me empurrou calor no peito. o poente me deu horizonte.
amanhã, tudo outra vez.